Se tivéssemos que escolher uma única palavra para resumir a 7ª edição do Congresso Nacional de Clínicas de Vacinas, certamente, escolheríamos SUCESSO. Foram mais de 20 horas de conteúdo que trouxe tendências e inovações para os profissionais da saúde.
Sob o tema ‘Maximizando as oportunidades de vacinação’, o segundo dia do CCV começou com as boas vindas de Fabiana Funk, presidente do Conselho da ABCVAC e CEO Prevenção Vacinas.
Durante sua breve apresentação, Fabiana salientou a importância da liderança e gestão de pessoas, principalmente nas empresas da área da saúde, para que em momentos de imprevistos as equipes estejam prontas para dar continuidade aos projetos estabelecidos.
Funk salientou ainda as ações e presença ativa da ABCVAC perante o poder público em prol das clínicas de vacina privadas.
Desvendando a importância do relacionamento com prescritores
A primeira palestra da programação foi ministrada pela Dra. Maria Luisa Trabachin, que abordou a importância estratégica do relacionamento entre as clínicas de vacinação e os médicos prescritores.
Além de administrar vacinas, as clínicas desempenham um papel crucial ao fornecer informações científicas atualizadas e educativas aos médicos. A comunicação clara sobre protocolos de vacinação e o suporte técnico adequado são fundamentais para fortalecer essa parceria. Recentemente, novas diretrizes permitem que clínicas com diretores técnicos médicos realizem publicidade de forma ética, incluindo anúncios de preços e descontos, mas proibindo práticas como vendas casadas.
Dr. Antonio Carlos Praça, conselheiro ABCVAC e sócio da Immunitas, complementou a palestra, enfatizando a importância da orientação médica para os pacientes, especialmente em relação a vacinas como as de meningite pneumocócica. A conscientização sobre a gravidade de certas doenças e a necessidade de vacinação adequada foram destacadas como essenciais para a prevenção.
Bate-Papo com a indústria – GSK
No painel “Bate-Papo da Indústria”, a Dra. Monica Levi trouxe à tona a preocupação crescente sobre o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e seu impacto subestimado na população adulta, especialmente na faixa etária acima de 60 anos. Ela destacou que, embora o VSR seja conhecido por afetar todas as idades, seu impacto nos idosos é particularmente significativo devido ao declínio da imunidade, alterações no tecido pulmonar e altas taxas de comorbidades relacionadas à idade.
O VSR ganhou destaque após a pandemia, revelando-se um “vilão desconhecido” capaz de causar complicações graves, inclusive cardiovasculares. A disponibilidade recente de vacinas, como a desenvolvida pela GSK e introduzida no Brasil há aproximadamente dois meses, representa um avanço importante na proteção dos 60+. Essas vacinas não apenas ajudam a prevenir infecções graves por VSR, mas também aumentam a resposta imunológica celular.
Paulo Leite, gerente de marketing da GSK, completou o papo enfatizando a importância de campanhas educativas e estratégias de mídia para promover a prevenção. Nos cases apresentados por Leite, as ações recentes da GSK incluíram iniciativas como a integração de mensagens em novelas, videocasts e colaborações com influenciadores, além de materiais educativos direcionados a clínicas e médicos.
Trilhando o Sucesso – Estratégias de gestão de talentos e retenção de funcionários
Durante uma palestra vibrante, Jacqueline Rezende, CEO do Grupo SIAS e Professora da FGV, abordou estratégias fundamentais para o sucesso empresarial sob o tema “Trilhando o Sucesso – Estratégias de Gestão de Talentos e Retenção de Funcionários”.
Para Jacqueline, o sucesso empresarial segue uma sequência crucial: pessoas, processos, estratégia e execução. Ela enfatizou que projetos e estratégias excepcionais não podem ser realizados sem uma equipe talentosa e engajada para executá-los.
Jacqueline defendeu a importância de um branding forte para atrair e reter talentos, especialmente em uma era onde muitos profissionais buscam empresas reconhecidas e com planos de carreira estruturados. Ela salientou a necessidade de investir continuamente em programas de treinamento, benefícios atrativos e políticas de reconhecimento para manter um ambiente de trabalho positivo e colaborativo.
Além disso, a especialista compartilhou metodologias eficazes para seleção de pessoal, incluindo entrevistas baseadas em competências e valores. Ela ainda ressaltou que líderes devem ser espelhos de conduta, facilitadores e solucionadores de problemas, adotando um método de liderança responsável e inspirador.
Por fim, Jacqueline enfatizou que o sucesso de uma equipe deve ser celebrado pelo time. O fracasso, porém, pode até não ser culpa do líder, mas é de total responsabilidade dele. Em resumo, a palestra ofereceu insights valiosos sobre como desenvolver e manter uma equipe de alto desempenho.
Bate-Papo com a Indústria – Moderna
A Moderna, representada pelo Prof. Dr. Alexandre Naime Barbosa, apresentou como o cenário pós-pandêmico, com a chamada Covid longa tem se tornado uma preocupação para a saúde.
A condição pós-Covid refere-se aos sintomas persistentes que podem ocorrer após quatro semanas da infecção inicial ou reinfecção, incluindo fadiga extrema, falta de ar e confusão mental. Fatores de risco como sexo feminino, idade avançada, obesidade, tabagismo e internação hospitalar aumentam a probabilidade de desenvolver esses sintomas.
Dados alarmantes mostram que três em cada quatro adultos no sul do Brasil experimentaram Covid longa. No entanto, indivíduos vacinados têm um risco significativamente reduzido em comparação aos não vacinados. A complexidade da Covid longa afeta múltiplos sistemas orgânicos, e cada reinfecção aumenta ainda mais os riscos.
As evidências científicas mais robustas indicam que as vacinas têm um efeito protetor crucial. Aumentar o número de doses de vacina pode aumentar a proteção contra a Covid longa, alcançando eficácias de 70 a 80%. Essas descobertas sublinham a importância da vacinação na prevenção não apenas da infecção inicial, mas também das complicações prolongadas associadas ao Covid-19.
Masterclass em Vacinação Corporativa
Fabiana Funk – Presidente do Conselho da ABCVAC e CEO da Prevenção Vacinas e Carlos Roberto Magalhães, Consultor da Vacinar, trouxeram para o CCV mais um debate fundamental na busca de alavancar os resultados para a vacinação na rede privada: a vacinação corporativa.
A Vacinar, pioneira há 27 anos nesse campo, destacou a importância de qualificar as equipes das clínicas que realizam as campanhas, enfatizando transparência e confiança na administração das vacinas. A ênfase na gestão eficaz das campanhas corporativas, apoiadas pelas empresas adeptas através de uma comunicação clara e inclusiva foi ressaltada como o caminho futuro para maximizar a adesão e eficácia das vacinações.
De acordo com Carlos Roberto, um dos papéis da ABCVAC é unificar e tornar as regras para a vacinação corporativa mais abrangentes, afinal ter uma legislação é mportante e precisa ser cumprida.
Em um tom de agradecimento e reconhecimento mútuo, Funk e Magalhães encerraram, enfatizando o potencial promissor do mercado de vacinas e a importância de valorizar as empresas do setor. A recente venda da Vacinar para um grande grupo foi destacada como um marco positivo, evidenciando o valor crescente do mercado e o compromisso contínuo com a excelência e integridade no serviço prestado.
Debate Aberto – O papel dos serviços privados na vacinação
Marcos Tendler, Conselheiro da ABCVAC e CEO da Vacinas.net mediou um bate-papo super interessante com Monika Reis, Farmacêutica com experiência em varejo farmacêutico, novos negócios e pós-venda e Rafael Jacomo, Diretor do Laboratório de Análises Clínicas Grupo Sabin, para compreender como o mercado de vacinas tem influenciado nos resultados de outros players das áreas de laboratório e farmácias.
Rafael enfatizou que para os laboratórios, a vacinação é mais um serviço entre muitos, enquanto Monika destacou as farmácias como hubs de saúde completos, especialmente para adultos e idosos. Tendler observou as oportunidades e desafios de integração desses serviços no conceito de saúde geral.
No que diz respeito aos preços, Monika explicou que as farmácias mantêm preços consistentes em nível nacional, até pela necessidade de padronização para as lojas online, enquanto Rafael destacou a importância de agregar valor com um atendimento personalizado, especialmente no seguimento pós-vacinação.
Monika compartilhou seus desafios pessoais ao entrar no campo das vacinas, enfatizando a importância do treinamento contínuo e da adaptação ao ambiente dinâmico do varejo farmacêutico.
Ambos expressaram otimismo em relação ao futuro do mercado privado de vacinação nos próximos cinco anos. Rafael enfatizou que a rede privada complementa a pública, proporcionando maior conforto e disponibilidade aos pacientes. Ele vislumbra um crescimento contínuo com novos lançamentos de vacinas e nichos específicos dentro do mercado.
Por fim, Tendler concluiu enfatizando que o futuro é promissor para o setor, com oportunidades abundantes para cada participante criar valor através de serviços diferenciados e um compromisso contínuo com a excelência.
Bate-Papo com a Indústria – Oncoprod
A Oncoprod trouxe Bruno Correa, Gerente Comercial, para discutir um estudo de caso fictício envolvendo uma clínica enfrentando desafios financeiros complexos.
Entre os pontos destacados estavam os desafios enfrentados por hospitais, farmácias e novos entrantes no mercado de vacinas, que enfrentam custos crescentes para aumentar sua visibilidade e eficiência operacional. A discussão também abordou as dificuldades financeiras enfrentadas pelas clínicas, incluindo a necessidade de empréstimos e parcelamento para adquirir vacinas.
A Oncoprod apresentou o Banco SC como um parceiro estratégico, destacando sua capacidade de oferecer soluções financeiras ágeis e práticas para enfrentar os desafios do ciclo financeiro. Aline Dourado e Claudio Moinho do Banco SC detalharam soluções como linhas de crédito especializadas, plataformas de seguros e serviços bancários digitais, além de antecipação de recebíveis, visando facilitar a gestão financeira das clínicas e promover um novo horizonte de crescimento.
Em um ambiente onde a incerteza é constante, as ações proativas do Banco SC foram destacadas como cruciais para ajudar as clínicas a não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado dinâmico e competitivo de imunização.
Boas práticas na operação de uma clínica de vacina
Rosane Orth Argenta, Conselheira da ABCVAC e CEO da rede de franquias Saúde Livre Clínicas de Vacinação, liderou uma discussão abrangente sobre as melhores práticas na gestão de clínicas de vacinação.
No contexto do mercado, ela apontou que a população das classes A, B e C+ representam cerca de 40% do público brasileiro alvo das clínicas. Diante de um potencial enorme, ela questiona a estratégia de redução de preços adotada por alguns concorrentes, enfatizando a necessidade de manter o valor dos serviços prestados.
Roseane destacou a importância de compreender profundamente o perfil tanto dos colaboradores quanto dos clientes, promovendo uma cultura de empreendedorismo e oferecendo remuneração variável para estimular o comprometimento e a excelência no atendimento.
Além de promover um ambiente acolhedor e positivo, Argenta incentivou a exploração de novas oportunidades fora das clínicas, como o desenvolvimento de novos produtos, parcerias estratégicas e uma presença robusta nas redes sociais para fortalecer a credibilidade da marca.
Para atrair e reter clientes, ela enfatizou a valorização de elogios sinceros, a aplicação de criatividade nas estratégias de marketing, o uso de provas sociais e a promoção de reciprocidade. Utilizando o princípio de Pareto, recomendou focar nos 20% das atividades que geram 80% dos resultados, e destacou a importância de materiais que transmitam segurança e confiança para contornar objeções dos clientes.
Em resumo, Rosane ofereceu uma visão estratégica e humana para o sucesso das clínicas de vacinação, enfatizando a adaptação contínua às mudanças do mercado para que as clínicas possam prosperar neste setor dinâmico que é o segmento da saúde.
A Jornada do Herói
No encerramento do 7º CCV, Silvio Bahia, empresário, consultor e palestrante especializado em treinamentos empresariais, apresentou A Jornada do Herói: O Papel Invisível do Líder nas Clínicas de Vacinação”.
Liderar pessoas e todas as suas complexidades. Tarefa fácil ou difícil? Silvio Bahia destacou o papel do líder como o protagonista, reforçando que a comunicação é um ponto chave no ato de guiar um time, ressaltando a importância das palavras, do tom de voz e da presença física do líder para influenciar positivamente sua equipe.
Fazendo uma alusão à jornada clássica do herói, que embarca em uma aventura, enfrenta desafios significativos e retorna transformado, Bahia demonstrou como os líderes também podem responder ao chamado das adversidades, superar a relutância à mudança, comprometer-se com desafios, enfrentar dificuldades, e conquistar o que almejam.
Um dos aspectos mais desafiadores destacados na jornada da vida real é a superação da relutância, afinal toda mudança significativa geralmente implica em um esforço considerável, mas pode resultar em transformações positivas.
Silvio Bahia também discutiu a importância do autoconhecimento para os líderes, citando o famoso princípio “conhece-te a ti mesmo”. Ele encorajou os líderes a desenvolverem resiliência e a manterem fé no que estão construindo, adotando um olhar sistêmico que reconhece a interdependência entre indivíduos e ambiente.
Finalizando, Silvio Bahia desafiou os participantes a considerarem que tipo de impacto eles estão tendo no mundo – se são como um remédio ou uma vacina, fortalecendo não apenas a si mesmos, mas também suas equipes e ambientes de trabalho.
Até breve!
Certamente a 7ª edição do CCV foi uma experiência transformadora para os participantes e profissionais envolvidos. Se esses dois dias foram incríveis, você não pode perder o que está por vir. Save the Date: 26 e 27 de junho de 2025, vem aí mais uma oportunidade ímpar para alavancar os resultados de quem atua no segmento de vacinas privadas e os demais profissionais de saúde.