Representantes da ABCVAC embarcarão para Índia para visitar a fábrica da Bharat Biotech
Em busca pela ampliação da cobertura vacinal contra a Covid-19, uma missão brasileira composta pelo presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo Barbosa, e membros da diretoria da entidade, embarca nesta segunda (4) para a cidade de Hyderabad, capital do estado de Telangana, no sul da Índia, para conhecer a fábrica da Bharat Biotech, empresa que está desenvolvendo a vacina Covaxin.
A viagem ao país asiático é para viabilizar a importação da vacina no Brasil pelas clínicas privadas, após sua autorização pela Anvisa.
A Covaxin obteve, no último sábado (2) recomendação para seu uso emergencial na Índia pelas autoridades de saúde do país. A vacina, administrada em duas doses com intervalo de duas semanas entre elas, induziu um anticorpo neutralizante, provocando uma resposta imune e levando a resultados eficazes em todos os grupos de controle, sem eventos adversos graves relacionados à vacina. Na última fase antes da liberação para uso emergencial, ela foi aplicada em 26 mil voluntários em 22 localidades da Índia.
“Essa deve ser a primeira vacina disponível para o mercado privado brasileiro, por meio de um MOU (Memorandum of Understanding) assinado com a ABCVAC”, conta o presidente da entidade, Geraldo Barbosa. As 200 associadas, que representam 70% do mercado privado nacional, terão prioridade na aquisição do imunizante.
Segundo Barbosa, a ideia é que a empresa disponibilize 5 milhões doses para o mercado privado brasileiro, que devem chegar em meados de março, a depender dos trâmites de aprovação das agências reguladoras. Dessa forma, a população não coberta pelo PNI terá acesso ao imunizante, o que fará com que o Brasil estenda a vacinação mais rapidamente. “Inicialmente a notícia era de que as clínicas privadas brasileiras não teriam doses disponíveis, porém, com a entrada desse novo player no mercado, tivemos a oportunidade de negociação. Estamos muito felizes em ter a chance real de contribuir com o governo na cobertura vacinal, utilizando da saúde suplementar para desafogar os gastos públicos”, explica Barbosa.
A Bharat Biotech possui capacidade produtiva de 300 milhões de dose, que devem atender ao mercado interno indiano e também ao sistema público de saúde brasileiro, por meio de um protocolo de intenções firmado com o Governo Federal. A tecnologia de vírus inativo, utilizada pela Bharat Biotech no desenvolvimento da Covaxin, permite que o acondicionamento da vacina seja realizado entre 2° a 8°C. A previsão é de que seja lançada no mercado em fevereiro de 2021, e a projeção é de que sua validade contra a covid-19 seja de 24 meses.
A Bharat Biotech está desenvolvendo a vacina Covaxin em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR). A empresa possui, em seu portfólio, 14 vacinas e 5 medicamentos biológicos e exporta seus produtos para mais de 118 países. Entre seus parceiros de pesquisa e desenvolvimento estão a Fundação Bill & Melinda Gates, a Organização Mundial da Saúde, a Universidade de Oxford e outras renomadas instituições.