À frente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas, Geraldo Barbosa conversou com a diretora da MFB, Malu Sevieri, sobre o mercado privado de vacinação no país
A possível chegada de vacinas contra a Covid-19 à rede particular aqueceu o mercado de clínicas privadas no Brasil. Especialistas e consultores da área ouvidos pelo G1, disseram que ainda que a campanha de vacinação esteja restrita à rede pública, a rede privada passou a negociar a compra de vacinas; clínicas já estabelecidas buscam agregar serviço de imunização, e há quem esteja começando o negócio do zero.
Para os novatos, compra de vacinas é um desafio, já que quase 100% dos imunizantes disponíveis na rede privada são importados; e a venda de refrigeradores subiu (com registro de até 30% entre 2019 e 2020).
A vacinação privada é um mercado que demanda alto investimento inicial, importação de vacinas e conhecimento de normas e regulamentações. Por exemplo: toda dose de vacina aplicada na rede particular deve ser reportada ao Ministério da Saúde, assim como eventuais efeitos adversos.
MEDICALtalks
De carona nesse tema, a diretora da Medical Fair Brasil (MFB), Malu Sevieri, conversou com o presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo Barbosa, em mais uma edição do MEDICALtalks.
A ABCVAC surgiu em 2015 para atender aos anseios que as clínicas tinham com relação à suprimentos, o que possibilitava falhas na cobertura vacinal. O objetivo da Associação, desde então, é tentar regular o mercado, de forma a complementar o serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As clínicas privadas representam, hoje, 10% das vacinas aplicadas no Brasil.
“O que temos de muito feliz nessa história é que vacina passou a ser interesse nacional. Sempre tivemos muita dificuldade de convencer as pessoas da importância da vacinação, até mesmo acerca das vacinas disponíveis na rede pública. Se acompanharmos nos últimos três anos, a cobertura de todas as vacinas, que estavam de forma gratuita sendo oferecidas, estava em queda”, alerta Barbosa.
No bate-papo exclusivo para o canal do Youtube da MFB, Barbosa chamou a atenção de que é louvável a intenção dos empresários em adquirir vacinas, principalmente para a Covid-19, no entanto a legislação não permite que seja feito dessa forma.
É necessário contratar uma prestadora de serviço, ou seja, uma clínica, que possa imunizar os colaboradores e assim seja realizada a chamada vacinação corporativa, que ocorre quando uma empresa contrata uma clínica para vacinar seus colaboradores contra doenças preveníveis, como tétano, hepatites, e o carro-chefe: a gripe – estimativas apontam que entre 10% e 20% da população do planeta apresenta pelo menos um episódio gripal por ano.
A legislação vigente indica que somente clínicas particulares que possuem Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) de vacinação humana é que podem comprar vacinas.
A ABCVAC não está realizando compra de imunizantes. O trabalho que vem sendo realizado é de intermediação e aproximação dos associados com a indústria, visando facilitar o acesso.
Assista na íntegra o MEDICALtalks | Vacinação privada, com o presidente da ABCVAC
Com informações do G1