Painel no 5CCV alertou também sobre a importância de discutir as doenças meningocócicas
O laboratório GSK, um dos patrocinadores do 5º Congresso Nacional de Clínicas de Vacinas (CCV), promovido pela ABCVAC, integrou a programação do segundo e último dia do evento. Na pauta, atualizações de vacinas da companhia, como foco nas doenças meningocócicas e herpes zóster. As apresentações foram realizadas pela gerente médica de vacinas GSK, Lessandra Michelin, e pela gerente de Marketing da ‘Vacinas Shingrix’, produto da GSK, Lara Teixeira.
Lessandra iniciou chamando a atenção para a importância de abordar a doença meningocócica, da qual a população, por vezes, não compreende o risco. Somente no primeiro mês de 2022, por exemplo, foram confirmados 15 casos de meningite e cinco óbitos pela doença no Espírito Santo, entre viral, bacteriana e fúngica. Enquanto durante todo o ano passado, foram confirmados 79 casos no estado, com 18 óbitos. Por isso, é importante que se esteja com a vacinação em dia, especialmente a de crianças e adolescentes, que está presente no calendário vacinal.
“As primeiras oito horas das doenças meningocócicas se parecem com uma gripe, com sintomas como dor no corpo, mal-estar, febre e vômito. Depois disso, a tendência é que a febre fique mais alta. A doença causa ainda alterações sanguíneas de coagulação. Em geral, pode evoluir para óbito em 48 horas. Um em cada cinco pacientes fica com sequelas, que não são apenas físicas, mas também cognitivas, psicológicas, comportamentais e neurológicas. Muda o curso de vida das pessoas, sendo que se trata de um problema imunoprevenível”, alerta Lessandra.
Herpes Zóster
A vacina Shingrix, produzida pela GSK, para a prevenção do herpes zoster, chegou ao Brasil quase um ano depois da aprovação regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em agosto de 2021. Administrada em duas doses, com intervalo de dois meses entre as aplicações, a GSK promete mais de 90% de eficácia em pessoas a partir de 50 anos, uma das populações alvo da vacina.
Durante o 5CCV, a gerente de Marketing da ‘Vacinas Shingrix’ compartilhou o que está por trás desse lançamento. “Entendemos que temos potencial de mobilizar e revolucionar o mercado de vacinação de adultos. Precisamos criar uma cultura de que vacina não é só para criança. Para esse lançamento, desde março, 55 representantes trabalhando a vacina para 10 mil médicos mensalmente. Em agosto, serão 450 representantes mobilizados para o lançamento, focando em 60 mil médicos pelo Brasil. Começamos a observar que a chegada de Shingrix era aguardada pelo mercado. Estamos em um momento muito oportuno para esse lançamento”, disse Lara.
Com relação às expectativas, as pessoas que já tiveram a doença estão engajadas em vacinar-se. O próximo passo é disseminar conhecimento sobre seus sintomas e formas de prevenção. “Noventa e nove por cento das pessoas já têm o vírus latente no organismo e o vírus fica à espreita de queda de imunidade para ser reativado. Estima-se que uma em cada três pessoas podem desenvolver Herpes Zóster ao longo da vida”, ressalta.
Os grupos de indicação para receber a vacina incluem pessoas acima de 50 anos independente do quão saudável estejam. Todas as pessoas acima de 18 anos com risco aumentado, imunocomprometidas (esclerose múltipla, HIV, lúpus e tenham passado por transplantes). Existem três mil pessoas acima de 50 anos, 225 mil estimadas acima de 18 anos.
A Shingrix é uma vacina absolutamente diferente do que se tem no mercado, não viva, que
potencializa a ação da vacina e sustentável. Ela tem até 97% de eficácia, sem precedentes, especialmente entre 50 e 69 anos; acima de 90% em todas as populações. Foram validados 30 mil pacientes no estudo. A SBIM e o CDC recomendam a vacinação mesmo as que receberam a vacina disponível. O objetivo é aumentar o nível de proteção do indivíduo e são necessárias duas doses para garantir o esquema vacinal completo.