Resultado pode ser ainda maior com a chegada da vacina Gardasil 9, disponível
somente em clínicas particulares. Porém, cobertura vacinal ainda é mais
baixa do que o esperado

Houve um significativo crescimento na aplicação de vacinas de HPV (Papilomavírus
Humano) na rede privada comparando os meses de fevereiro de 2022 e 2023, segundo
levantamento feito com 108 clínicas privadas do Brasil pela startup de tecnologia
NAPP, a pedido da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC).

Em fevereiro do ano passado, foram aplicadas 499 doses, enquanto em fevereiro deste
ano foram 2.298 doses, um crescimento de mais 360%. Comparando apenas o mês de
março, em 2022 foram 610 doses, enquanto em 2023, já nos primeiros 10 dias do mês,
o número de doses atingiu 516, ou seja, quase o total do mesmo mês completo do ano
anterior. De fevereiro e dezembro de 2022 as clínicas pesquisadas aplicaram 8.741
doses.

Porém, ainda assim, o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde registrou
queda na cobertura vacinal contra o vírus, o que pode ser uma ameaça para a saúde de
milhões de pessoas. Em 2019, 87,08% das meninas de 09 a 14 anos foram vacinadas
contra o HPV, mas a cobertura vacinal caiu para 75,81%, em 2022. Entre os meninos de
11 a 14 anos, a redução na vacinação é ainda maior, de 61,55% em 2019 para 52,16%
no ano passado.

A expectativa é que haja aumento na cobertura, pois acaba de chegar ao mercado a
vacina nonavalente Gardasil 9, do laboratório MSD, que protege contra nove doenças
provocadas pelo vírus, incluindo lesões pré-cancerosas e cânceres dos órgãos genitais
femininos (colo do útero, vulva e vagina), lesões pré-cancerosas e cânceres do ânus e
verrugas genitais em homens e mulheres. O imunizante está disponível somente na
rede privada de saúde, para todas as idades, a partir dos 9 anos.

A atual vacina disponível no mercado público e privado é quadrivalente, ou seja,
oferece proteção adicional para quatro tipos. No sistema público, atende meninas e
meninos de 9 a 14, além de indivíduos imunossuprimidos. Acima dos 9 anos, os
adolescentes e demais faixas etárias podem buscar clínicas particulares para acessar
a imunização. O esquema vacinal completo inclui duas doses entre 9 e 14 anos, 11
meses e 29 dias, e três doses para pacientes acima de 15 anos.

Nas clínicas associadas a ABCVAC, a maioria das vacinas de HPV são aplicadas são
em adolescentes, jovens adultos e adultos, predominantemente em indivíduos do sexo
feminino.

“A chegada de uma nova vacina contra o HPV nas clínicas particulares é vista como
um avanço importante no campo da imunização. Historicamente as clínicas
particulares são a porta de entrada para as novas tecnologias no Brasil e estão
preparadas para oferecer a vacina contra o HPV por meio de profissionais capacitados,
armazenamento adequado, registro e rastreamento da vacinação e orientação aos
pacientes. Tudo isso é feito para garantir a eficácia e a segurança do processo”,
declara Fabiana Funk, presidente do Conselho da ABCVAC.

Segundo ela, é reconfortante saber que o abastecimento de imunizantes, pleiteado há
muito tempo, está finalmente acontecendo com a chegada de novas vacinas. “Isso é
de extrema importância e estamos muito animados com o impacto positivo na
população brasileira”, finaliza.

ABCVAC EM AÇÃO
Representantes da MSD Brasil se reuniram com a ABCVAC, em fevereiro, para reforçar
a parceria com as clínicas privadas. Durante o encontro foram abordadas ações
importantes, como a ativação de pacientes, por exemplo, através de reminder de
doses.

Uma pesquisa realizada pela empresa mostra que, após receber a primeira dose da
vacina, a adesão ao tratamento cai significativamente na segunda e terceira doses,
chegando a mais de 40%. No entanto, quando a população é contatada para continuar
o tratamento, esse índice aumenta para mais de 80%. Os representantes da MSD
também comentaram sobre ações para melhorar a conexão entre clínicas e
prescritores, uma vez que isso pode acelerar ainda mais o processo de vacinação no
país.

A vacina nonavalente já está disponível em clínicas particulares de todo
o país. Vale lembrar, que a SBIm – Sociedade Brasileira de Imunização atualizou o
calendário
com informações sobre a vacina e recomenda, sempre que possível, o uso
preferencial da HPV9 e a revacinação daqueles anteriormente vacinados com HPV2 ou
HPV4, com o intuito de ampliar a proteção para os tipos adicionais, tanto para crianças
quanto para adolescentes e adultos.

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