Em seu discurso de abertura, Fabiana Funk, presidente do Conselho da ABCVAC, destacou a importância do mercado privado de vacinação no aumento da cobertura vacinal e mencionou os principais desafios enfrentados, como legislação e tributação divergente. Ela salientou a necessidade de unir forças para garantir que as demandas sejam ouvidas pelas autoridades competentes. “Precisamos nos reinventar! Estamos reunidos aqui hoje justamente para buscar novas ideias, soluções e oportunidades de fazer melhor”, disse, incentivando todos a aproveitarem o congresso para crescer em conhecimento, relacionamento e força.



PNI pede parceria da ABCVAC

O Ministério da Saúde tem como meta integrar e alinhar as informações de vacinação com as clínicas privadas, que tem fundamental importância na cobertura vacinal no país, como ressaltou Eder Gatti, Diretor do Departamento de Imunizações do MS. A iniciativa começa pela padronização e publicação de notas técnicas até agosto deste ano. As clínicas podem até usar sistemas próprios, mas precisam fazer os ajustes e se adequar às regras. “O Programa Nacional de Imunizações pede a parceria da ABCVAC para divulgar as ferramentas, ampliar o acesso a essas informações e apontar fragilidades para aprimoramento dos sistemas”, declarou. 

Panorama do mercado de vacinas
“Estamos vivendo uma situação curiosa e dramática. De um lado, o desenvolvimento acelerado da biotecnologia, potencializado pela pandemia, que abriu o caminho para o crescimento das vacinas de mRNA, vencendo o preconceito e proporcionando um campo enorme de atuação. E do outro lado, o surgimento de doenças novas, como a covid-19, ultrapassando a barreira das espécies. Vivemos uma ameaça de pandemia de H1N1, que veio dos animais, fator relacionado às alterações ambientais e ao crescimento populacional.” A fala impactante é de Miriam Tendler, pesquisadora titular da Fiocruz, que participou de mesa redonda sobre o panorama do mercado de vacinas no Brasil e no mundo, juntamente com representantes da GSK, MSD, Pfizer, Adium/Moderna e Sanofi. Eles também destacaram a importância de cada elo da cadeia fazer a sua parte para a conscientização a respeito da vacinação, tendo o paciente sempre no foco.

A revolução das vacinas de mRNA
Uma verdadeira aula sobre vacinas de RNA mensageiro foi dada pelas profissionais do Grupo Adium em parceria com a Moderna: Gláucia Vespa, diretora médica, e Marcela Azevedo, consultora científica. Elas explicaram que o mRNA consegue ensinar ao corpo como produzir uma proteína específica, que pode auxiliar o sistema imune a prevenir ou tratar certas doenças. “Essas vacinas superaram positivamente todas as expectativas e são um marco revolucionário na história da medicina”, disseram. A Moderna é pioneira em uma nova classe de medicamentos de mRNA desde 2010 e conta com uma plataforma que permite uma rápida adaptação a cepas emergentes.

Até quatro vacinas produzidas ao mesmo tempo
Há 47 anos presente no Brasil, a Sanofi tem grandes números a favor da vacinação no país, por exemplo, disponibilizou 4 milhões de doses contra febre-amarela em 2008 e 100 milhões de doses contra meningite no surto de 1974-75, como ressaltou Fabio Roble, diretor de marketing das Franquias de Gripe, Meningite e Doenças Endêmicas. “Em 2023, a Sanofi produziu vacinas em 12 fábricas e terá mais duas instalações até 2025”, anunciou. As instalações da empresa, chamadas de Evolutive, podem fabricar até quatro vacinas simultaneamente em um único local e levam cerca de 12 dias para mudar a produção de uma para outra. 

Dinâmicas e tendências do mercado
Se depender da população brasileira, o mercado de vacinas continuará tendo relevante adesão, segundo pesquisa realizada pela IQVIA. Mais de 80% dos participantes concordam totalmente que a vacinação é uma das formas mais importantes e eficientes de prevenção de doenças. Outra pesquisa identificou que o preço, e não a cobertura pelo PNI, é a principal barreira a não adesão dos pacientes, representando 73% dos respondentes. Os dados foram apresentados por Marcelo Meletti, diretor sênior do Instituto. “Entender o fluxo de pacientes é importante para dimensionar oportunidades e reforçar ações de promoção”, disse.

A inteligência artificial na saúde

Você já viu os óculos futuristas da Apple? Foi com essa novidade que Ana Carolina Trevisan Rapcham, diretora de marketing da Indrel, abriu sua palestra sobre o futuro da saúde: inteligência artificial para preservar vidas. “O setor de vacinas também precisa acompanhar e se preparar para a evolução das tecnologias”, declarou. Entre os benefícios da IA, ela citou: diagnósticos precoces e mais precisos, otimização de recursos, redução de custos e fraudes, resultados baseados em dados reais, foco na experiência do paciente e melhoria na experiência do cuidado. Por fim, salientou a solução Indrel Cloud, para monitoramento de temperatura de sangue e hemocomponentes em tempo real e de qualquer lugar.

.Sustentabilidade e embalagens retornáveis​​
Com mais de 20 anos de atuação, a Oncoprod tem como principal objetivo a distribuição de medicamentos de alta complexidade com qualidade e segurança. Bruno Correa, gerente comercial, apresentou a preocupação da empresa com questões de ESG. “Nossas ações de sustentabilidade incluem o estoque avançado, ou seja, temos serviços em que deixamos o estoque em poder da clínica de vacinação, reduzindo, assim, a emissão de poluentes na natureza e a fabricação de embalagens. Ele também apresentou as novas embalagens retornáveis, que já estão em operação nos locais onde a empresa tem Centro de Distribuição com serviço local. 

Por que aprender a estratégia OPA?



Não perca a oportunidade de falar com seus clientes; desenvolva sua equipe; entenda como sua postura diante do negócio influencia seu desempenho; construa um vínculo produtivo com a equipe da clínica. Estes foram os recados dados na palestra sobre como aumentar o faturamento utilizando a estratégia OPA – Oportunidades Perdidas para Vacinação. “Uma criança levada para ser vacinada pode gerar 109 vacinas para toda sua família”, disse Marcos Tendler, especialista em desenvolvimento de negócios. “Atitudes simples muito bem feitas e repetidas várias vezes ajudam a construir a jornada do paciente no caminho da vacinação”, complementou Fabiana Funk, executiva em Saúde. Ao utilizar um protocolo simples, de baixo custo e altamente eficaz, o resultado será o aumento do número total de imunizantes
aplicados.
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