Culturalmente sobram vacinas contra a gripe nos estoques das clínicas. Este ano, por conta da pandemia do coronavírus, o brasileiro correu para procurar os serviços e na expectativa de se proteger do inimigo invisível
O brasileiro nunca foi muito adepto da vacinação contra a gripe. Das 50 milhões de pessoas aptas a pagar pela vacina nas clínicas particulares, apenas 8 milhões se imunizaram em 2019, de acordo com dados da ABCVAC. Justamente por isso, as clínicas encomendaram 9 milhões de doses para a campanha de vacinação de 2020. Encomenda essa feita antes da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o presidente da Associação, Geraldo Barbosa, a encomendas de vacinas do ano seguinte são feitas entre outubro e novembro do ano anterior. Ou seja, a compra de 2020 não dimensionou a aumento da procura provocado pelo medo do coronavírus. “Nos anos anteriores, sempre houve uma sobra de cerca de 15% das vacinas encomendadas, porque as pessoas não valorizavam a imunização contra a gripe. Por isso, as compras de 2020 foram feitas com base em 2019, quando foram vendidas 8 milhões de doses”, afirma Barbosa.
Houve um aumento explosivo da procura pela vacina neste ano a partir da segunda semana de março. “A demanda esperada para três meses ocorreu em 20 dias. Por isso, não deu para vacinar todo mundo que procurou de imediato”, diz o presidente.
Ambiente seguro
A ABCVAC ressalta que as clínicas de vacinas são ambientes seguros para a saúde. Elas foram consideradas serviços essenciais durante a quarentena provocada pela crise atual e estão devidamente preparadas para que a população não deixe de se vacinar – seguindo todos os protocolos recomendados pelos órgãos de saúde e com equipes treinadas, que estão diariamente na linha de frente para proteger os usuários.
Não estar com as vacinas em dia nesse momento – seja das crianças ou dos adultos – é um risco adicional, que pode culminar com o aparecimento de outras doenças infectocontagiosas. Este é um momento para todos se protegerem e evitar outros inimigos além da Covid-19.