Em bate-papo com o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, o médico Danilo Scheit falou da experiência da AlphaImune
A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) deu início na última semana a uma série de lives para discutir vacinação em tempos de pandemia. Em um bate-papo com o presidente da associação, Geraldo Barbosa, o médico responsável técnico e diretor da AlphaImune, Danilo Scheit, falou sobre segurança nas clínicas de vacinas.
Segundo Barbosa, o universo de quem trabalha com vacinação é justamente prevenir doenças, e nesse momento em que todos esperam uma vacina eficiente contra o coronavírus, é essencial debater temas pertinentes e de interesse coletivo.
Scheit disse que em São Paulo, quando foi decretado a quarentena em março, coincidiu com o início da campanha de vacinação da gripe e a preocupação da AlphaImune foi em como atender a alta demanda, ao mesmo tempo em que se adotava medidas restritivas com relação à circulação de pessoas. “Tentamos proporcionar um fluxo tranquilo e organizado aos nossos pacientes para que os mesmos pudessem se imunizar e o grande foco era a vacinação da gripe. Tivemos de limitar o atendimento e começamos a fazer agendamentos por telefone”, ressaltou o médico.
Além de limitar a circulação de pessoas, adaptar uma sala de espera com capacidade para o distanciamento seguro e confiável entre os presentes, também se priorizou o atendimento por agendamento, especialmente de crianças menores de um ano de idade.
A ABCVAC ressaltou nos últimos meses que as clínicas de vacinas são ambientes seguros para a saúde. Elas foram consideradas serviços essenciais durante a quarentena provocada pela crise atual e estão devidamente preparadas para que a população não deixe de se vacinar – seguindo todos os protocolos recomendados pelos órgãos de saúde e com equipes treinadas, que estão diariamente na linha de frente para proteger os usuários.
Não estar com o calendário vacinal em dia nesse momento – sejam crianças ou adultos – é um risco adicional, que pode culminar com o aparecimento de outras doenças infectocontagiosas.
No quesito aparatos para a segurança de pacientes e profissionais de saúde, Scheit destacou os investimentos da AlphaImune em mascarás, aventais e outros materiais descartáveis; óculos para as equipes de enfermagem e dispensers de álcool em gel distribuídos por toda clínica. “Aqui em São Paulo decretou-se uma lei que obriga o uso de máscaras ao sair de casa. No edifício onde funcionamos não se pode adentrar sem estar utilizando-a. No entanto, já tivemos situações de oferecer máscara descartável para que pacientes nossos pudessem receber o atendimento de que precisavam”, explicou Scheit.
Ainda sobre Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o médico falou que ainda persistem as dificuldades para compras desses materiais, e quando se consegue muitas vezes são superfaturados. A equipe de compras da AlphaImune tem buscado outras opções que possam suprir a necessidade da clínica.
“A grande interrogação é se a vacina da Covid-19 será uma vacina sazonal ou se será atenuada, que dará imunidade por um longo tempo, flexibilizando as medidas para todos. Trouxemos alguns protocolos de hospitais, assim como novos hábitos para profissionais de enfermagem, como a utilização de máscaras, já que não fazia parte da rotina deles. Treinamos nossos profissionais para como se portar fora da clínica, para que a pessoa que esteja recebendo o serviço em domicílio sinta segurança”, garantiu o médico.
De acordo com Scheit, a pandemia deixará um aprendizado da importância da vacinação. Dados alarmantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que após essa crise, 80 milhões de crianças abaixo de um ano estarão com o calendário vacinal desatualizado, e isso significa a porta de entrada para o retorno de doenças como sarampo e poliomielite. É fundamental dar atenção para a vacina da Covid-19, mas não se pode esquecer das vacinas que se tem disponível hoje.
“O que vai ficar depois de tudo isso é que vamos ter que ir até o paciente. Teremos que sempre oferecer inovação e informação via redes sociais, e-mail. Precisamos estar mais próximos do paciente, mesmo que de forma virtual, do mesmo modo que ampliando nossos serviços de atendimento domiciliar”, finalizou Scheit.