Farmacêutica francesa compartilhou sua estratégia de vacinação para 2024 com clientes e representantes da sociedade civil
A presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Fabiana Funk, integrou mesa-redonda no Conexão Vacinas 2024, promovido pela farmacêutica francesa Sanofi. O evento foi transmitido online no dia 19 de outubro e contou com a participação de diversas empresas do ramo da saúde.
Além de Fabiana, o webinar teve a presença de Melissa Palmieri, membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP, e moderação de Eric Guimarães, Medical Manager da BU de Vacinas da Sanofi no Brasil. Juntos, debateram sobre a vacinação para pessoas acima dos 60 anos e as DPOC, nome dado ao grupo de doenças respiratórias que abrange bronquite e enfisema pulmonar, entre outras.
“O impacto da gripe sempre é subestimado. Associamos a gripe sempre à doença respiratória, mas ela tem uma alta carga, inclusive com agravamento de doenças crônicas nos idosos, como a diabete. É isso que precisamos pontuar aos nossos pacientes: para não subestimar, especialmente para o idoso, o quão grave pode ser a gripe e como é importante a vacinação”, pontuou Fabiana.
De acordo com dados apresentados no evento, as complicações da influenza vão além da doença respiratória aguda e impacta todos os órgãos, com um risco 8 vezes maior de AVC e 10 vezes maior de ataque cardíaco, além de complicações referentes à perda de autonomia e eventos glicêmicos anormais.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a cada ano, de 3 a 5 milhões de pessoas são acometidas por casos graves de gripe ao redor do globo. Aqui no Brasil, assistimos a um aumento de 135% nos óbitos relacionados a enfermidades gripais entre 2021 e 2022. Precisamos retomar a vacinação em massa para diminuir esses números”, relatou Melissa.
Uma das estratégias da Sanofi no combate à gripe é o lançamento de uma nova vacina no mercado brasileiro. O imunizante é uma vacina de alta dose contra gripe destinada exclusivamente para pessoas com mais de 60 anos. Ela tem 4 vezes mais a quantidade de antígenos que você tem para os subtipos influenza A H1N1, influenza A H3N2 e influenza B (Victoria e Yamagata) da vacina tetravalente habitual.
Aquecimento do mercado pós-pandemia
O webinar também destacou o lançamento de outras vacinas na Sanofi e um panorama do mercado. Os participantes pontuaram que o mercado de vacinas, bem como o de saúde no geral, vive momento de grande aquecimento após a pandemia de Covid-19, vivida entre 2020 e 2023.
“O mercado está aquecido a novos investimentos na área. O crescimento de diversas vacinas voltadas para meningite e pólio, que são muito alavancadas por crianças que voltaram para a escola após a pandemia, é notável, assim como o crescimento da produção da vacina da febre-amarela, motivada pelas viagens. Vivemos um momento em que o mercado oferece cada vez mais opções”, relata Marcelo Melletti, diretor na IQVIA.
Nesse cenário, a Sanofi ressaltou as metas conquistadas em 2023. Além da vacina de influenza, outras duas foram citadas como acrescimentos fundamentais no portfólio da empresa francesa. Uma é opção no reforço da vacina meningocócica ACWY (conjugada), também conhecida como vacina meningocócica conjugada quadrivalente (incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação em março de 2020). A outra é usada para proteger lactentes e crianças a partir de 6 semanas contra doenças infecciosas como difteria, tétano, coqueluche (tosse comprida), hepatite B, poliomielite e doenças graves causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b.
“Esse ano foi um momento de conquistas. Focamos em inovações disruptivas, com um grande foco global em produzir tratamentos para doenças que ainda não têm tratamento. Temos mais de 39 estudos clínicos conduzidos em 2022, com mais de R$ 48,7 milhões investidos em nossa Unidade de Estudos Clínicos. E temos muito mais por aí”, comemora Joana Adissi, diretora-geral de vacinas da Sanofi.