Durante o 5º Congresso Brasileiro de Clínicas de Vacinas, Bárbara Furtado, líder médica para pipeline de Covid-19 da farmacêutica, discorreu tecnologia e inovação a serviço da saúde

O Simpósio Astrazeneca veio com uma importante missão na programação do 5º Congresso Brasileiro de Clínicas de Vacinas (CCV), promovido pela Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC): esclarecer os fatores que foram cruciais para garantir o sucesso e o desenvolvimento da vacina contra o SARS COV 2 em tempo recorde. Bárbara Furtado, líder médica para pipeline de COVID-19 da farmacêutica, falou sobre o tema “Vacina Covid-19: tecnologia e inovação a serviço da saúde”. 

Os coronavírus são conhecidos da comunidade científica há muitas décadas. Mas, foi a partir dos anos 2000, por conta da relação direta com doenças graves que passaram a chamar atenção. Em 2002, houve a identificação do SARS COV, responsável por causar uma pneumonia viral grave em seres humanos. Apesar do seu desenvolvimento, ele não se disseminou a ponto de causar uma pandemia. 

Já em 2012, foi descoberto o vírus causador da MERS, sigla em inglês para denominar a doença Síndrome Respiratória do Oriente Médio (SROM), identificado também como causador de doenças em seres humanos, provocando uma pneumonia ainda mais grave. Porém, com uma capacidade de infecção muito baixa. Inclusive, esses fatores são especialmente importantes no caso de plataformas de vetor viral e da vacina de OXFORD, Astrazeneca, Fiocruz que temos disponível hoje no Brasil.

Sobre o desenvolvimento em tempo recorde, a líder médica da Astrazeneca, explica ser compreensível que as pessoas tenham contestado a sua eficácia. Afinal, no caso de muitas doenças, existe uma dificuldade de conseguir fazer uma vacina com  antígeno específico ou o melhor antígeno. Isso até 2019, por exemplo, seria um tema a ser discutido.  No caso da SARS COV 2 não só a identificação, como a produção da vacina ocorreram muito rapidamente. Até mesmo um dos fatores mais desafiadores, que são os estudos com voluntários, avançaram aceleradamente.

“Isso quer dizer que mentimos durante esse tempo todo? Não. A questão é que não por um acaso tínhamos um antígeno pronto. E, as empresas saíram à luta para desenvolver vacinas e isso trouxe um impacto fantástico para a saúde. Aliás, a pandemia deixou muito claro o valor da vacinação, em especial, em prevenir casos graves, hospitalizações e mortes”.

Em três meses, quatro estudos foram realizados com mais de 20 mil pessoas, demonstrando uma concentração de anticorpos excelente, maior do que infecção natural e capacidade de matar os vírus. 

Bárbara também esclareceu aspectos relacionados aos eventos adversos, apontados como uma das principais preocupações com relação à vacina da Covid-19. A executiva destaca que foram realizados diversos estudos sobre os efeitos provocados pela vacina, enfatizando a importância de analisar cada um desses estudos, observando o que aconteceu pós-vacinação e, principalmente, o que já acontecia. “É preciso receber o relato e investigar se os casos estão ou não relacionados à imunização. O risco de ser ter COVID-19, nesse caso, é 30 vezes maior dos efeitos adversos da vacinação”.

Aumentar a cobertura vacinal, segue sendo uma necessidade prioritária. Apesar das iniciativas de bloqueio individual, os impactos sobre a vacinação de rebanho ainda são irrisórios, considerando que metade da população não tomou ainda a terceira dose. Nesse sentido, as clínicas de vacinação emergem como uma importante alternativa. “O mercado privado tem um papel fundamental no combate não só da COVID-19, em todas as doenças imunopreveníveis. Elas junto com o Governo Federal ajudam a diminuir a incidência dessas doenças”, finaliza a líder médica.   

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