Avanços promissores na pesquisa trazem esperança para o tratamento do melanoma
A busca incessante por avanços no combate ao câncer tem levado a comunidade científica a explorar novas fronteiras. Dentre as pesquisas mais promissoras, destaca-se o desenvolvimento da vacina do câncer, que oferece esperanças para pacientes diagnosticados com melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele.
Para exploramos os detalhes sobre os avanços, desafios e perspectivas, o diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Jan Carlo Delorenzi falou sobre o assunto.
Confira a seguir:
Segundo Delorenzi, o processo de desenvolvimento da vacina do câncer é complexo e exige uma série de etapas rigorosas. O modelo utilizado, de acordo com ele, é o de vacina de mRNA, que “ensina” o organismo a identificar as células tumorais, facilitando a chegada do medicamento imunoterápico ao tumor.
“No entanto, é importante destacar que a vacina do câncer ainda está em fase experimental e os resultados promissores, obtidos até o momento, são específicos para o melanoma”, salientou Delorenzi.
O diretor do CCBS ressaltou que o desenvolvimento de qualquer medicamento passa por diversas etapas, desde a formulação até a disponibilidade no mercado. Inicialmente, são realizados estudos em células para avaliar a eficácia e segurança do produto investigacional, seguidos de testes em animais. Somente após as fases pré-clínicas, são conduzidos estudos clínicos em seres humanos.
“As fases dos estudos clínicos envolvem avaliação da segurança, eficácia e tolerabilidade do produto em indivíduos saudáveis e pacientes com tumor”, explicou. Delorenzi enfatizou que todo esse processo de desenvolvimento pode levar de 10 a 15 anos. A demora ocorre graças às variações dos tipos de câncer, que apresentam características únicas e mutações específicas, o que dificulta a criação de uma vacina universal.
“A iniciativa ainda não está disponível para o mercado em nenhum lugar do mundo. Atualmente, a vacina do câncer é considerada experimental e sua produção em larga escala requer a aprovação das agências regulatórias, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil”, finaliza Delorenzi.