Dia Mundial da Meningite: Vacinação para tipo B,  segundo mais frequente no país e altamente letal, aumenta em 2023, mas a cobertura vacinal ainda é baixa

Há ainda outras vacinas contra a meningite, disponíveis tanto na rede pública, quanto na rede privada. ABCVAC explica

Dia 24 de abril é mundialmente conhecido como uma data em alusão ao combate da meningite. A doença é endêmica no Brasil e pode ser fatal, sendo o tipo B o segundo mais frequente. Vacinas para esse sorotipo estão disponíveis com exclusividade na rede privada para serem administradas para públicos ampliados.

Fabiana Funk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), alerta que a é a melhor forma de combater o avanço da doença é se vacinar. “Adultos não vacinados também devem se vacinar”, explica. Segundo pesquisa com 88 clínicas privadas de vacinação no país solicitadas pela ABCVAC com exclusividade a NAPP Solutions, , foram aplicadas 39.180 doses da vacina meningocócica B em 2022. Até o final do primeiro trimestre de 2023 já foram aplicadas 12.395 doses, representando um aumento de quase 50% em relação ao mesmo período no ano anterior.

Segundo Fabiana, é provável que o aumento na procura pelas vacinas contra a meningite do tipo B em 2023 seja devido aos casos divulgados da doença no início do ano: “Infelizmente, muitas pessoas só se interessam pela vacinação após tomarem conhecimento de casos em seu entorno ou por meio da mídia”, diz. “Por isso nosso papel como associação, e de cada um de nós como cidadãos, é relembrar que a vacinação é uma medida preventiva extremamente importante para evitar o surgimento de doenças ou para reduzir a sua incidência e gravidade, evitando uma série de complicações e mortes”.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, foram registrados quase 7 mil casos, que ocasionaram 793 óbitos. No mundo, a meningite afeta mais de 2,8 milhões de pessoas a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A presidente da ABCVAC ressalta, ainda, que a população está apresentando uma volta de confiança gradual nas vacinas após passarmos por períodos de movimentos anti vacinação e fake news. “Mas não podemos deixar de fazer campanhas, pois a imunização ainda não é a adequada. Dados do Ministério da Saúde mostram que as baixas coberturas vacinais  acontecem desde 2016 e a meta de imunização estipulada pela pasta é de 95% da população. 

Recomendação

Segundo o Calendário da Sbim, Sociedade Brasileira de Imunizações, a imunização contra a meningite B deve ser iniciada com duas doses iniciando aos 3 meses, e um reforço entre 12 e 15 meses de idade. A partir dos 18 meses, até 20 anos, aqueles não vacinados anteriormente devem tomar duas ou três doses conforme a faixa etária e a vacina utilizada. 

Há ainda outras vacinas contra a meningite, disponíveis tanto na rede pública, quanto na rede privada.  O Programa Nacional de Imunizações (PNI), vinculado ao Ministério da Saúde, fornece a vacina meningocócica conjugada C para menores de 5 anos e a meningocócica conjugada ACWY para crianças entre 11 a 12 anos. 

Na rede privada, ambas estão disponíveis para bebês a partir dos três meses de idade até os 60 anos, a depender das indicações. A SBIM recomenda duas doses iniciando aos 3 meses, com primeiro reforço entre 12 e 15 meses; um terceiro reforço entre 4 e 6 anos e outro reforço aos 11 e 16 anos. Para os não vacinados anteriormente: duas doses, com intervalo de 5 anos. 

Pessoas acima de 20 anos podem se vacinar em situações especiais de risco, como surtos. 

Fabiana finaliza que todos os imunizantes aprovados no país são extremamente seguros para as faixas etárias indicadas, sendo mais perigoso não estar imunizado. “A vacinação no país acontece há décadas e nunca houve danos relatados em estudos científicos de valor.” Fabiana lembra do grande surto que houve na cidade de São Paulo em 1970, que só foi interrompido após uma vacinação em massa de cerca de 80 milhões de pessoas.